sexta-feira, 22 de maio de 2015

Os nossos Caracarás

Os Caracaras são falconídeos pertencentes a subfamília Caracanine. Dois dos Gêneros dessa subfamília ocorrem no Pampa Gaúcho, são eles: Caracara e Milvago. São aves com hábitos comportamentais diferentes das demais espécies de falcão. No geral os falcões são espécies rápidas e ágeis, especialistas em perseguições aéreas, já estes, são animais lentos, algumas espécies onívoras ou preferem usar como alimento animais mortos.


Mais sobre os falcões do Pampa em: Os Falcões do Pampa Gaúcho 



Abaixo será apresentado as três espécies de que habitam o Pampa Gaúcho:



Caracará Caracara plancus

Medindo 56 cm e possuindo 123 cm de envergadura, o Caracará ou Carancho, habita variados ambientes, como os campos, praias, borda de matas e áreas urbanas. Passam a maior parte do seu tempo pousado em locais baixos ou caminhando sobre a vegetação buscando alimento.
Quando vocaliza desloca sua cabeça para trás encostando nas costas, emitindo um som bem característico, o qual descreve seu nome.


Caracara plancus Foto: José Paulo Dias



Chimango Milvago chimango

Medindo entre 37 e 43 cm, o Chimango é encontrado desde praias, restingas, áreas de cultivo agrícola até áreas urbanas. É muitas vezes encontrado em grandes bandos, principalmente em pastagens quando a grande fartura de alimento.
No seu período reprodutivo emite sua vocalização jogando a cabeça para trás até as costas, assim como a espécie sitada acima.


Milvago chimango Foto: José Paulo Dias



Carrapateiro Milvago chimachima

Medindo entre 40 e 45 cm, o Carrapateiro ou Chimango-branco, as semelhanças entre estas duas últimas espécie não está só no nome e na aparência, mas também nos hábitos. Habita os campos, pastagens e áreas urbanas e vive na beira de estradas e rodovias a procura de alimento.
Costuma atacar outras indivíduos da espécie quando entram no seu território que utiliza para reprodução. Assim como as outras espécies apresentadas, pratica o mesmo ritual de vocalização, posicionando a cabeça nas costas. 
Seu nome é dado pelo habito de pousar sobre animais a procura de parasitas, como gado e capivaras por exemplo, .


Milvago chimachima Foto: José Paulo Dias


Estas são as três espécies de caracarás que apesar das semelhanças entra elas, todas tem características marcantes, como o Milvago chimachima pousado nos animais. Os enormes bandos de milvago chimango a procura de alimento. E o caracara plancus que muitas das vezes se comportam como urubus, voando em meio deles e compartilhando carniças. 
Os caracarás como todos os rapinantes são aves que além de belas, são importantes para manter o equilíbrio do ambiente onde vivem.

"Divulgamos para que possam conhecer, conheçam para que possam preservar."  

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

As Águias do Pampa Gaúcho

      O Brasil possui oito espécies de águias, três delas habitando o Pampa gaúcho, as quais estão incluídas no grupo das Águias-planadoras. Estas fazem parte da ordem dos Accipitriformes, que são divididas entre as famílias: Pandionidae e Accipitridae.


Águias-planadoras

Único grupo onde estão incluídas as espécies três espécies que habitam o Pampa gaúcho. Vivem em áreas abertas onde usam este ambiente para caçar. São espécies robustas com grandes asas e caudas de tamanho médio ou pequeno.
As águias da família accipitridae caçam sobrevoando o local e logo que avistam a presa jogam-se contra ela para capturá-la, em alguns casos podem alimentar-se de carniças. Já a águia da família pandionidae, sobrevoa os corpos d'água a procura dos peixes que nadam pela sua superfície.
     


Pandionidae

Águia-pescadora Pandion haliaetus

É a única espécie representante da sua família. 
Medindo de 55 a 58 cm de comprimento está espécie é migratória do hemisfério norte onde se reproduz e retorna a América do sul nos meses de temperaturas mais quentes. Ocorrendo quase que no mundo todo, está águia habita ambientes com grandes extensões de água e encontrada geralmente próxima a grande rios ou lagos e proximidades do oceano. É uma águia que vive quase que sempre solitária, seja usando as correntes de ar para planar ou mesmo pousada. 

Pandion haliaetus Foto: Willian Menq



Accipitridae


Águia-cinzenta Urubitinga coronata

Medindo de 75 a 85 cm de comprimento e pesando até 3 kg, é a maior e mais pesada águia do Pampa gaúcho. Habita regiões campestres e montanhosas. É muitas vezes solitária, podendo ser encontrada aos pares ou acompanhada de seu juvenil. Passa grande parte de seu tempo pousada, geralmente perto do chão, como pedras e cercas e ainda em postes ou galhos, onde fica à espreita para caçar.
Geralmente emitindo sua vocalização característica, é uma ave que luta bastante quando perturbada para manter seu poleiro.

Urubitinga coronata Foto: Willian Menq


Águia-chilena Geranoaetus melanoleucus 

Medindo de 62 a 69 cm de comprimento e podendo atingir 2 m de envergadura, a águia simbolo do ARP, é a águia mais comum do Pampa gaúcho. Habita áreas abertas, campos e regiões montanhosas, planando por muito tempo nessas regiões a procura de alimento. Pode também ser encontrada sobrevoando centros urbanos ou pousadas em cercas e postes na beira de rodovias e estradas.

Geranoaetus melanoleucus Foto: José Paulo Dias

   

     As águias, admiradas pelo seu tamanho, imponência, majestosidade e por suas diversas habilidade para caça, como habilidade de pesca da Pandion haliaetus, a brutalidade da Urubitinga coronata e a incrível personalidade da Geranoaetus melanoleucus. São algumas características dos rapinantes mais significativos do nosso Pampa, ,motivos como estes além da importância destas espécies para o meio em que vivem, a conscientização para preservação destas majestosas águias é importantíssima, além do fato do prazer de vivenciar um indivíduo dessas espécies na natureza.
      

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A Rainha dos Pampas

Águia-chilena
(Geranoaetus melanoleucus)

Atingindo quase dois metros de envergadura e com cerca de 68cm a Águia-chilena ou Gavião-pé-de-serra, é a mais conhecida águia do nosso pampa e talvez a predileta de muitas pessoas (como no meu caso).



Ave que costuma ser avistada sobrevoando regiões campestres e montanhosas, no caso aqui no pampa é mais vista em regiões campestres, mas já foi observado um casal em algumas escarpas rochosas no município de Bagé - RS
Com excelente voo e visão espetacular, fica planando no ar para capturar animais no solo por exemplo cobras, lebres e mamíferos em geral.
Sua nidificação acontece em um grande ninho com galhos secos construído em escarpas rochosas, (o mesmo é utilizada para o resto da vida). Colocam de 1 a 3 ovos, os mesmo levam 30 dias para descascar. Assim, nascendo os filhotes eles ficam até 5 meses no ninho sendo alimentados pelos pais, depois disso seguem sua vida sozinho até arrumarem um companheiro(a).


Esta ave é identificada em voo principalmente por suas asas largas e sua pequena cauda em formato de cunha, silueta pouco comum de ver nas aves de rapina.
Para encerrar esta breve postagem sobre esta linda ave, quero desejar a todos boas observações.
Para os que já tiveram o prazer de conhecer esta majestade tenho certeza que jamais esquecerão de toda a beleza que observaram, e aos que ainda não conhecem, só tenho uma coisa a dizer, corram atras dela porque ela está por ai voando pelos campo do nosso Pampa Gaúcho.


OBRIGADO!!!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

As Corujas do Pampa Gaúcho


As corujas, corujões, corujinhas, caburés e mochos fazem parte da ordem dos Strigiformes, a qual é dividida em duas famílias, Strigidae e tytonidae.
As corujas são muito conhecidas por sua excelente visão noturna, sua audição apuradíssima e pelo seu voo silencioso que facilita a caça durante a noite.

No nosso Pampa Gaúcho possuímos os mais diversos tamanhos de corujas como o Corujão Bubo virginianus medindo cerca de 50cm e pesando nada mais nada menos que 1kg (a maior coruja do brasil), e o pequeno Caburé Glaucidium brasilianum  medindo 15cm e pesando cerca de 60g (uma das menores espécies do brasil).

Abaixo as espécies de corujas que ocorrem no Pampa Gaúcho. 


Corujão (Bubo virginianus)

A maior coruja das Américas, mede cerca de 50 cm e seu peso pode chegar até 2 kg. São conhecidas principalmente por suas grandes "orelhas", que na verdade são tufos localizados na parte lateral da cabeça, por este motivo é também conhecida como: Mocho-orelhudo.
Habita pequenas florestas, capões, matas ciliares, etc.
 É uma coruja pouco vista de dia e muito escutada a noite, principalmente quando está no seu período de reprodução. Onde nidifica em ocos de arvores, ou então em ninhos abandonados por algumas aves.
Um indivíduo da especie vive por cerca de 15 anos.

Bubo virginianus Foto: José Paulo Dias

Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)

Pequena coruja, mede cerca de 25 cm e apresenta cor de terra, ou seja, muitas vezes são de coloração avermelhada. Diferente da maioria das corujas, nessa espécie o macho é maior que a fêmea.
Vivem em campos, áreas abertas, praias e até campos de futebol. São quase sempre encontradas perto de suas tocas, que são geralmente construídas por tatus ou por elas mesmas. Usam estas mesmas tocas na a época de reprodução.
Vivem em média por 10 anos.


Athene cunicularia Foto: José Paulo Dias

Corujinha-do-mato (Megascops choliba)

Espécie pequena medindo cerca de 20 cm. O que destaca na espécie são seus pequenos tufos na cabeça lembrando "orelhas". É muito confundido com a Corujinha-do-sul Megascops sanctaecatarinae principalmente a sua coloração. 
Habita locais muito variados, como campo, pequenas florestas, matas e parques nas cidades.

Megascops choliba Foto: José Paulo Dias

Corujinha-do-sul (Megascops sanctaecatarinae)

Apesar de medir cerca de 30 cm ela é bastante parecida com a Corujinha-do-mato Magascops choliba. Por este motivo a vocalização é muito usada para identificar a espécie.
Habita florestas e matas, como a mata-de-araucária por exemplo. Sua vocalização se torna mais frequente no período reprodutivo.

Megascops sanctaecatarinae Foto: Dante Meller
Coruja-orelhuda (Asio clamator)

Mede cerca de 35 cm. Possui grandes "orelhas" na parte superior da cabeça e se destaca pela sua vocalização que muitas vezes lembra o miado de um gato ou então o latido de um cachorro, em sinal de alerta.
Vive nos mais variados ambientes, desde áreas abertas, até parques com árvores nos centros-urbanos.

Asio clamator Foto: Willian Menq

Coruja-dos-banhados (Asio flammeus)

Mede cerca de 40 cm. Alguns indivíduos da espécie, possui pequenos tufos na cabeça em formato de orelhas.
Habita campos abertos e banhados costuma ser mais ativa no crepúsculo e durante o dia, caça muitas vezes "peneirando" no ar. 

Asio flammeus Foto: Dante Meller


Coruja-das-torres (Tyto furcata)

Unica espécie da família "Tytonidae" ocorrente no Brasil. Mede cerca de 35 cm, pesa cerca de 500 g. Sua principal característica é o famoso "coração" que possui em volta da face e de seus olhos negros. 
É famosa por nidificar em galpões, igrejas, torres e locais onde haja habitação. Por este motivo chamada de: Coruja-da-igreja e Coruja-das-torres.
Habita campo, áreas abertas, locais onde possui muito alimento, como pastagens. Foi uma coruja que se adaptou muito bem ao ambiente urbano, podendo viver e nidificar em forros das casas.

Tyto furcata Foto: José Paulo Dias

Caburé (Glaucidium brasilianum)

Espécie muito pequena, mede cerca de 15 cm. É muito conhecida pela sua principal característica, penas atrás da cabeça que formam os chamados "falsos olhos", servem para confundir seu predadores, parecendo assim sempre estar de frente para eles, o suficiente par a não ser atacada.
Habitam florestas, campos com árvores, etc. É ativa tanto durante o dia quanto a noite, vocaliza mais no período reprodutivo.


Glaucidium brasilianum Foto: José Paulo Dias


Caburé-acanelado Aegolius harrisii

De todos as corujas apresentadas aqui, esta é a mais rara do nosso Pampa. Mede cerca de 20 cm e possui a coloração em tons de canela.
Habita florestas, matas, áreas abertas e pode ser observada próxima a áreas urbanas.É uma espécie pouco observada pois sua vocalização é baixa. São vistas muitas vezes mortas na beira das estradas, um exemplo é o relato de 2010 de um individuo da espécie encontrado atropelado na BR-290 em São Gabriel.

Link do relato de 2010

Aegolius harrisii Foto: Willian Menq


Corujas são seres fantásticos e magníficos, porém infelizmente um dos maiores problemas de preservação são devido a lendas e crendices criadas. Muitas vezes associadas a má sorte e até mesmo a morte de pessoas, quando pousada em cima de suas casas. Devemos deixar claro que tudo isso não passa de lendas populares.
Por este e muitos outros motivos precisamos preservá-las para que possamos sempre contemplar estas belas e simpáticas aves. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os Falcões do Pampa Gaúcho

Os Falcões são aves que possuem hábitos diurnos, ou seja, estão ativos a luz do dia e são na grande maioria, aves de pequeno porte. As aves da família Falconidae, são especializadas em voo, muito velozes e ágeis
No nosso Pampa habitam dois grupos de Falcões, são eles: Os chamados Falcões-verdeiros, são aqueles falconídeos que pertencem ao gênero Falco, pequenos, possuem asas pontiagudas e são muitos ágeis. E os Falcões-florestais, pertencentes aos gêneros Micrastur e Herpetotheres, possuem caudas alongadas e asas mais curtas e largas, especialistas na caça de ambientes florestais. 


Abaixo as espécies de Falcões-verdadeiros:


Falcão-Peregrino Falco peregrinus

Medindo de 38 a 53 cm e com uma envergadura de 89 a 119, esta espécie é migratória e migram para o Brasil na primavera, fim outubro/início de novembro voltando para a América do norte no outono, fim de março/início de abril. Habitam montanhas rochosas, centros urbanos, usando torres e caixas de ar condicionado como poleiros, dormitórios ou locais para reprodução. Passa quase que o tempo todo no seu local de invernagem.

No momento da caça, além de praticar perseguições, o falcão também utilizada do voo picado, quando usa as correntes de ar quente para alcançar uma boa altura e cai em queda livre com as asas fechadas até alcançar sua presa, atingindo, ou até ultrapassando os 300km/h, se torna nesse momento o ser vivo mais rápido do mundo. Alimentando-se basicamente de pombos e morcegos.
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Falco peregrinus Foto: José Paulo Dias


Falcão-de-coleira Falco femoralis

Espécie habitante de campos, áreas abertas e por vezes centros urbanos, ocasionalmente pousa em árvores perto de queimadas para assim localizar melhor suas presas. Medindo cerca de 33 a 39 cm o falcão se alimenta basicamente de pequenos vertebrados e também pode capturar algumas serpentes.

Este falcão não construí seu ninho e sim, nidifica em ninhos de outros gaviões, colocando de dois a três ovos em um período de incubação de 32 dias.

Falco femoralis Foto: José Paulo Dias



Quiriquiri Falco sparverius

Pequeno falcão mede de 23 a 27 cm e alimenta-se basicamente de insetos, mas podendo capturar pequenos vertebrados. Nidifica geralmente em ocos podendo colocar até quatro ovos, com incubação de cerca de 27 a 32 dias.

Dos falcões esta é a espécie mais comum habitando campos abertos, bordas de matas, centros urbanos, áreas rurais e vários outros ambientes. É muito observado pousado em postes e cercas.

Falco sparverius Foto: José Paulo Dias



Abaixo as espécies de Falcões-florestais:



Falcão-relógio Micrastur semitorquatus

Medindo de 46 a 56 cm este é o mais raro dos falcões do pampa gaúcho, por ser habitante de florestas densas, e quase sempre se encontra no interior dela, por este motivo ele é muito mais escutado do que observado.

É um falcão estritamente florestal, habitando florestas densas, bordas de florestas. Seu canto que soa como um “aó” e seu nome “Relógio” é pelo motivo de cantar ao amanhecer ou ao entardecer e ser bastante pontual nos intervalos de seu canto.

Micrastur semitorquatus Foto: Dante Meller




Acauã Herpetotheres cachinnans

Mede de 45 a 53 cm, o Acauã possui uma mascará escura, lembrando um óculos quando observado de frente, está mascará se estende dos olhos até a nuca. É um Falcão especialista em caçar serpentes, podendo capturar até algumas peçonhentas, mas preferindo cobras inofensivas.

Habita, bordas de floresta, matas de galeria e savanas. Seu canto que duram muitos minutos "abafa" o das outras aves de tão alto, costumam vocalizar no início da manhã e finais de tarde.


Herpetotheres cachinnans Foto: Willian Menq


Observar estas belas aves sempre é uma privilegio para qualquer um. Um picado de um Falcão-peregrino, um Falcão-de-coleira peneirando, as agilidades do pequeno quiriquiri, o canto incomparável de um acauã e as agilidades de caça de um falcão-relógio em meio a mataTodos esses, são alguns dos belos momentos destes Falconídeos e são alguns deste motivos que servem para conscientização e preservação destas magnificas aves.